Passou mais um «25 de Abril» , o 35º e , aquilo que foi uma grande Festa , tornou-se numa data institucional. As cerimónias, são sempre as mesmas, pelo menos em Lisboa (acredito que, nalgumas terras mais pequenas aconteçam alguns festejos , realmente interessantes), a sessão solene da Assembleia da República, com um discurso do presidente de República, seja ele quem for. E segue-se a manifestação na Avenida da Liberdade.
Este ano porque estamos em ano de eleições o discurso do presidente da República foi igual aos que vem fazendo à uns tempos a esta parte : uma grande preocupação com os mais desfavorecidos. É pena que nos quase dez anos em que foi 1º ministro e tendo poder para fazer qualquer coisa, nunca se tenha preocupado com esses mesmos desfavorecidos. Agora é tarde , não tem poder para isso e começam a descobrir-se as vigarices do amigos dele , alguns ministros do seus governos. Mas o povo tem memória curta.
Por outro lado a oposição fez uns discursos , iguais aos que faz todo o ano , apontando apenas os erros do governo.
Que fique claro que não estou a defender o governo, que cometeu erros e muitos e dos grandes.
Mas no dia em que se comemora a data mais exaltante da nossa história recente , não é possível dizer e fazer algo de diferente , mais motivante para os jovens, algo que envolva realmente aqueles que ainda não tinham nascido e não sabem o quão cinzento era este País ? Se não se motivarem os mais jovens , não vale a pena lamentar-mo-nos do seu desinteresse não só pelo «25 de Abril» como pela política em geral. Não se ama aquilo que não se conhece.
Haveria que fazer algum esforço , talvez envolvendo mais as escolas, sobretudo as primárias, para que os adultos do futuro tenham conhecimento, de que a situação anterior a 1974, era vergonhosa. E que, mesmo com todos os erros cometidos, a democracia deu um novo rosto a este País.
Talvez se devesse motivar mais, as associações de Pais, de moradores e outras organizações de base para que (em breve) os 40 anos da Liberdade seja festejados como uma data querida e não como mais um feriado, como o 5 de Outubro ou 1º de Dezembro, em que quase nenhum jovem sabe o que aconteceu.
Fica a sugestão.
segunda-feira, 27 de abril de 2009
terça-feira, 21 de abril de 2009
Família
O que é que se pode escrever ou dizer quando acabam de «cortar» uma parte de nós ?
Daquele núcleo que era até aqui a Família ?
A família éramos nós todos, também com aquele que acaba de nos deixar, com as suas características, fina ironia, e com aquela sensação que por vezes nos deixava, de que não nos amava e que não gostava de ser amado .
Cada pessoa é como é , mas é a nossa família . E nos momentos difíceis que acabámos de atravessar , como se faz ?
Perante a fragilidade humana ali posta à nossa frente, só nos resta abraçar-mo-nos, e ter a consciência que com o tempo a família volta a compor-se . Temos o mais novo elemento que nos dá alegria e força e também a certeza que por ele vale a pena voltar a sorrir.
Agora, que tudo terminou e só falta o último passo: lançar as suas cinzas no mar, que ele tanto amou, faltam-me as palavras, fica uma pequena homenagem pela voz da nossa poeta maior: Sophia de Mello Breyner Andreson:
Agora morto oscilas
Ao sabor das correntes
Com medusas em vez de pupilas
Agora reinas entre imagens puras
Em países transparentes e de vidro,
Sem coração e sem memória
Em todas as presenças diluído.
Agora liberto moras
Na pausa branca dos poemas.
Teu corpo sobe e cai em cada vaga,
Sem nome e sem destino
Na limpidez da alma
P.S. A todos os amigos, que me enviaram apoio através de telefone mail ou da blogosfera o meu muito obrigado. Nestas horas todos os amigos nos fazem falta.
Um abraço
Nocturna
Daquele núcleo que era até aqui a Família ?
A família éramos nós todos, também com aquele que acaba de nos deixar, com as suas características, fina ironia, e com aquela sensação que por vezes nos deixava, de que não nos amava e que não gostava de ser amado .
Cada pessoa é como é , mas é a nossa família . E nos momentos difíceis que acabámos de atravessar , como se faz ?
Perante a fragilidade humana ali posta à nossa frente, só nos resta abraçar-mo-nos, e ter a consciência que com o tempo a família volta a compor-se . Temos o mais novo elemento que nos dá alegria e força e também a certeza que por ele vale a pena voltar a sorrir.
Agora, que tudo terminou e só falta o último passo: lançar as suas cinzas no mar, que ele tanto amou, faltam-me as palavras, fica uma pequena homenagem pela voz da nossa poeta maior: Sophia de Mello Breyner Andreson:
Agora morto oscilas
Ao sabor das correntes
Com medusas em vez de pupilas
Agora reinas entre imagens puras
Em países transparentes e de vidro,
Sem coração e sem memória
Em todas as presenças diluído.
Agora liberto moras
Na pausa branca dos poemas.
Teu corpo sobe e cai em cada vaga,
Sem nome e sem destino
Na limpidez da alma
P.S. A todos os amigos, que me enviaram apoio através de telefone mail ou da blogosfera o meu muito obrigado. Nestas horas todos os amigos nos fazem falta.
Um abraço
Nocturna
quinta-feira, 16 de abril de 2009
A VOZ DO POETA
Pergunta o poeta :
Por onde anda a menina ?
Desanimada, sem inspiração, sem vontade de escrever. Fazendo algumas «visitas» silenciosas sem deixar rasto.
Há momentos assim. Isto passa. Mas por vezes tenho que desanimar , perder a esperança em tudo e bater no fundo.
Depois,aos poucos vou subindo.
Mas... o poeta pergunta e quem será capaz de deixar um poeta sem resposta ?.
Aqui estou . Ainda não inteira.
Mas vou chegando aos poucos.
Um abraço poeta pelo chamamento.
Por onde anda a menina ?
Desanimada, sem inspiração, sem vontade de escrever. Fazendo algumas «visitas» silenciosas sem deixar rasto.
Há momentos assim. Isto passa. Mas por vezes tenho que desanimar , perder a esperança em tudo e bater no fundo.
Depois,aos poucos vou subindo.
Mas... o poeta pergunta e quem será capaz de deixar um poeta sem resposta ?.
Aqui estou . Ainda não inteira.
Mas vou chegando aos poucos.
Um abraço poeta pelo chamamento.
segunda-feira, 6 de abril de 2009
Portugal sempre de mão estendida
A propósito da Cimeira dos G20 e dos seus resultados , ao ouvir nas TV's as alegres e entusiasmadas reacções, ocorrem-me as seguintes reflexões:
. Os comentadores dos países mais pobres ,Portugal incluído, apressaram-se a cantar loas aos países mais ricos que puseram à disposição dos mais pobres uma quantidade infindável de dinheiro ( o algarismo 1 seguido de um número infindo de zeros) e que é, uma vez mais, encarada como a grande solução . E anunciam que assim a crise terá em breve o seu fim.
Este pensamento parece-me particularmente perigoso ; ninguém pensa em de mudanças de política, em não deixar os banqueiros e gestores a "solta", sem ninguém lhes perguntar o que andam a fazer, mas sim dinheiro ,vindo ninguém quer saber de onde, para "resolver" a crise.
Sempre a mesma tendência para andar de mão estendida , como se os países ricos nos devessem alguma coisa e, portanto tenham a a obrigação de pagar as nossas crises e os erros provocados por anos de má governação,de partidos escolhidos pelos portugueses, que faz com que estejamos tão indefesos nos momentos difíceis.
Estamos em vésperas de eleições e os portugueses uma vez mais, entram no jogo, ora agora governas tu, ora agora governo eu, como se não houvesse alternativas possíveis. Uma vez mais os portugueses não vão querer arriscar a qualquer coisa de novo , que pode falhar é certo . Mas os partidos do chamado centrão governativo, não falharam já tantas vezes ? Porque não arriscar algo novo ? Novas políticas, novas formas de administrar o nosso dinheiro ?
A maioria dos portugueses não se quer assumir como cidadãos responsáveis e fazedores do seu destino. Não promovem a mudança de políticas, preferem continuar na mesma e mendigar aos poderosos( FMI, UE) ou seja a quem for que pague os erros nacionais,desde que o dinheiro venha cá parar.
Se nada mudar na forma de governar, a próxima crise está aí ao virar da esquina. E depois lá vamos mendigar .
Até um dia ...
. Os comentadores dos países mais pobres ,Portugal incluído, apressaram-se a cantar loas aos países mais ricos que puseram à disposição dos mais pobres uma quantidade infindável de dinheiro ( o algarismo 1 seguido de um número infindo de zeros) e que é, uma vez mais, encarada como a grande solução . E anunciam que assim a crise terá em breve o seu fim.
Este pensamento parece-me particularmente perigoso ; ninguém pensa em de mudanças de política, em não deixar os banqueiros e gestores a "solta", sem ninguém lhes perguntar o que andam a fazer, mas sim dinheiro ,vindo ninguém quer saber de onde, para "resolver" a crise.
Sempre a mesma tendência para andar de mão estendida , como se os países ricos nos devessem alguma coisa e, portanto tenham a a obrigação de pagar as nossas crises e os erros provocados por anos de má governação,de partidos escolhidos pelos portugueses, que faz com que estejamos tão indefesos nos momentos difíceis.
Estamos em vésperas de eleições e os portugueses uma vez mais, entram no jogo, ora agora governas tu, ora agora governo eu, como se não houvesse alternativas possíveis. Uma vez mais os portugueses não vão querer arriscar a qualquer coisa de novo , que pode falhar é certo . Mas os partidos do chamado centrão governativo, não falharam já tantas vezes ? Porque não arriscar algo novo ? Novas políticas, novas formas de administrar o nosso dinheiro ?
A maioria dos portugueses não se quer assumir como cidadãos responsáveis e fazedores do seu destino. Não promovem a mudança de políticas, preferem continuar na mesma e mendigar aos poderosos( FMI, UE) ou seja a quem for que pague os erros nacionais,desde que o dinheiro venha cá parar.
Se nada mudar na forma de governar, a próxima crise está aí ao virar da esquina. E depois lá vamos mendigar .
Até um dia ...
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