De repente, o telefone toca e uma voz ,vinda lá de muito longe , do passado pergunta: Como está ? perguntei a várias pessoas e ,finalmente consegui o seu contacto, para saber de si .
Um velho amor, é claro. Nunca foi hábito meu fazer grandes amizades com antigos amores. A amizade é para mim, algo muito precioso e ,no meu caso, não costumo admitir mistura com restos de outros sentimentos. Mas, passada a surpresa inicial estive um bom bocado à conversa deixando um futuro almoço , mais ou menos combinado.
O que me faz reproduzir aqui este vulgar episódio é a estranheza do meu desprendimento ao conversar com alguém, que há alguns anos ,só ouvir a sua voz me punha num sobressalto e parecia que nada mais existia no mundo. Estranha coisa é o amor, a paixão cujo ardor depois de apagado e mesmo recordando bons momentos, não sobra nada , provavelmente nem a capacidade de ser amiga desta pessoa que vem do passado . Porque se lembrou de mim e fez tantos esforços para me contactar ? Do pouco que percebi , casamentos falhados, necessidade de falar com alguém . Porquê eu ? Logo eu que acho que uma paixão é uma coisa tão forte que consome tudo à sua volta e não deixa espaço para mais nada. E a pessoa em questão sabe-o , mas achou que eu seria boa ouvinte , neste momento da sua vida.
Pessoalmente , não me parece.Esse é o papel dos amigos e não dos ex-amores. Veremos.
Aguardemos os próximos capítulos. Há pessoas que, ao longo das suas vidas não foram capazes de fazer grandes amizades e quando se sentem sós, tentam olhar para trás.
Parece-me errado.
segunda-feira, 2 de março de 2009
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4 comentários:
Texto muito interessante sobre o amor, na forma de passado.
Também eu já reflecti bastante sobre os meus casos passados e à excepção de um, que sendo passado, continua a ser presente, devido a uma evolução muito positiva e consciente, todos, repito, se esfumaram no tempo...
Partilho a mesma casa com a pessoa que referi, e apenas substituímos o amor pela Amizade; cada um tem o seu amor actualmente e pergunto-me se essa Amizade não é amor, também...
De todos os outros, um telefonema como o teu, me deixaria surpreso, como te deixou a ti...
Inquestionável o último parágrafo! Mas há que olhar para algum lado e, se não são muitos os portos... o desespero provoca tentar qualquer cais... mesmo aquele que, provavelmente, seria o menos indicado... Se o cais se sente incapaz de receber a embarcação à deriva, então deverá assumi-lo... não iludi-lo!
Concordo, nocturna. Há que se ser capaz de separar uma paixão, no sentido de arrebatamento emocional até ao extremo, do Amor. Amor, no sentido em que se consegue conviver com outra pessoa e estar predisposto a partilhar a nossa própria vida.
Nada é imutável na vida, mas o mundo gira e gira e gira...nunca se sabe!
Só sendo personagem activo se pode decidir o melhor!
Beijo
António
Estou esperando o próximo capítulo para saber o que vai acontecer, também procuro entender algumas situações indefinidas.
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