terça-feira, 8 de setembro de 2009

O QUE DÓI ÀS AVES

Com os meus amigos aprendi que o que dói às aves
Não é o serem atingidas, mas que,
Uma vez atingidas,
O caçador não repare na sua queda

Daniel Faria, Poesia



Aquele que o meu coração ama
não encontra em lado algum
o incenso que de meus olhos rompe
para ensinar a prender o corpo das mulheres
abandonadas fora de horas
às portas da cidade

mas sabe que para todas as distâncias
há uma ave enlouquecendo quem parte
antes do tempo
e a túnica que dispo entre os seus dedos
é a espada que os reis ungiram
para enfrentar a ameaça das manhãs
em que tudo acorda

Poema de Alice Vieira in O Que Dói às Aves

6 comentários:

Francisco Castelo Branco disse...

bonito poema

João Roque disse...

E eu que julgava que Alice Vieira apenas era, e é, uma brilhante escritora de livros infantis...

Mar Arável disse...

Nem todas as aves caem

Conheço algumas

que se levantam em pleno voo

Tongzhi disse...

Não conheço este livro da Alice Vieira, mas vou conhecer (ainda por cima é baratinho!!)
Mas li um outro que me encheu literalmente as medidas - Dois Corpos Tombando na Água.
Recomendo...

Beijinhos

Tétis disse...

Olá

Há quanto tempo não nos víamos!...

A minha amiga Nocturna nunca mais passou pelo Farol e como estamos perto daí, no Parque dos Poetas em mais um passeio, venho convidar-te a acompanhar-nos.

Quanto a este livro de Alice Vieira, não o conheço ainda mas, a julgar pelo poema que aqui colocaste, já vi que será "de leitura obrigatória".

Beijos amigos

Arqueiro disse...

Brilhante....vc é brilhante!

Sylvio Carlos Galvão
www.atrevidax.com