segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Morreu a Tereza Coelho

Como foi possível ? Por onde andei durante os últimos três dias para só hoje ter sabido que morreu a Tereza Coelho ?
Conheci a Tereza nos seus tempos de jornalista do «Público» e por essa ocasião convivemos bastante e fizemos uma sólida amizade , depois a vida dela foi mudando de lugar, sempre nos livros, mas fomos mantendo o contacto. A Tereza sabia tudo sobre livros, e isso seria p bastante para a admirar, mas além disso, era também uma querida amiga . Ultimamente não fazia crítica , editava livros, sabia dos seus problemas ,sérios, de saúde , mas parecia que, com aquela força inabalável , tinha vencido esse obstáculo. As voltas que a vida dá fizeram com que durante uma parte de 2008 ) entre Junho e Setembro, convivemos quase diariamente e apesar das suas dificuldades, e do seu trabalho cuidadoso ,ela tinha sempre um bocado para conversar comigo e trocarmos algumas lembranças. Depois disso ainda voltei a abraça-la, e, agora ... nada. A Tereza já não está connosco, deixou-nos e partiu para um paraíso onde só há, pela certa, bons livros e bons leitores.
Até sempre Tereza , sei que é aí nesse mesmo cantinho que nos voltaremos a encontrar.
A noite hoje está muito escura.

3 comentários:

Pata Negra disse...

Que a tua amiga saia desta noite para outra claridade.
Um abraço companheiro

João Roque disse...

Muito, e bem, tenho ouvido falar desta jornalista e que partiu, ainda tão cedo...
Também hoje partiu, e na mesma muito cedo um músico cujas músicas todos sabíamos de cor há poucos anos...
Está a começar mal o ano...
Beijinhos.

Charlotte disse...

Dei-me conta ontem, enquanto folheva distraídamente o jornal. E chocou-me muito. Não porque a conhecesse pessoalmente, mas pelo que conhecia do seu trabalho mais recente, enquanto directora da revista "Os meus livros" e enquanto editora do António Lobo Antunes, que não prescindia do seu apoio. Li ontem vários testemunhos, que falam de Tereza Coelho como uma mulher íntegra, exigente, consequente, generosa, curiosa, mobilizadora - pessoal e profissionalmente.

Não posso deixar de ficar chocada quando se perde um ser humano com qualidades tão preciosas, um amor tão abnegado à literatura e tanto ainda para dar aos escritores e leitores portugueses.